1 de outubro de 2010

Eu falto, tu faltas, ele falta, nós faltamos, vós faltais, eles faltam

Já acudi a tudo e todos. Sequei. Não tenho mais para vos dar.
Falta aquele telefonema só mesmo para saber “está tudo bem contigo?”.
Falta o pingo de sorte.
Falta a festa na cabeça quando a razão já não consegue explicar porquê. “Não faz mal estares triste, eu gosto de ti, vai correr tudo bem, tu não tens culpa”.
Eh pá, mas estamos vivos, a vida são dois dias e o carnaval são três e este ano já não há! A sério? Mas que perspicácia! Vai-te foder. Arranja uma espinha dorsal, depois um mínimo de respeito pelos outros.
Se calhar o que falta é eu fingir também que sou autista, que é para não nos sentirmos uns aos outros, que quando se vive alheado da realidade é bem melhor porque se põe uma máscara e agora sim, é o carnaval, mas dos bonitos, de Veneza, que é tudo às cores e sofisticado. Os problemas são para trás das costas, quando deviam estar a ser resolvidos à frente de todos.
Era só o que me faltava.
E quando os outros precisaram não lhes faltou nada… Então porque razão estarei eu sozinha? Lá está a razão, se calhar nem há nenhuma, é só mesmo porque é assim e está na hora de regurgitar sapos entalados.
Porque isto da humanidade é tudo muito bonito, mas na verdade andamos todos cá é pela sobrevivência e não faz mal magoarmos os outros, porque se isso for um degrauzinho no “meu capital social” tanto melhor.
Onde é que foram os meus amigos?

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