
Não aguento o meu próprio coração no peito. Removam-mo.
Cirurgicamente, com anestesia geral. Que só acorde no tempo das boas-novas.
Doem-no a um malvado que tenha em obra terrena imperdoáveis actos. Peguem no
meu corpo e devolvam-no à cidade, despercebido entre os olhares rectos no chão.
Deixem-me viver alheia do que se passa, a tropeçar no pó da amargura. Ou então
devolvam-me o compasso do coração, pautem-me de amor. Que eu componho a vida
mais cheia.