22 de outubro de 2011

Fluxo

Trago o coração na mão, apertado com força, na tremura das minhas últimas forças. Tenho medo que se perca dentro do meu peito. Não quero que bata com força, que tenho medo que o oiçam e percebam que bate ao acaso. Que não abro mão dele. Que é só meu. Que aquilo que é meu é estar só. Comigo e com uma solidão imensa que me acompanha no breu. Neste descompasso dos dias, é tão pequenino. Assusta-se. Afasta-se. Encolhe-se perdido em promessas e na indiferença das derivações do curso da história. Não sabe ser peregrino da razão deste tempo. Não está pronto para bater noutras mãos. É só.